Homenaje a WB en Casa de las Rosas
Boleros Bares Mapas e Mares
(Charles A. Perrone; Gainesville Florida USA)
Nestes mais de trinta anos de andanças pelos Brasis afora tenho conhecido muitas pessoas legais, criativas, ecumênicas, mas nenhuma q’ incorporasse tais qualidades admiráveis mais cabalmente que Wilson Bueno. Só uma vez tive o prazer de jantar com ele e conversar pessoalmente, porém desde aquele tão agradável encontro o contato foi ininterrupto. No final dos anos 80 mandaram-me os números de Nicolau, merecidamente premiado periódico do Paraná bolado pelo Wilson. Maravilha da Ilha Brasil se des-insular-izando via um Homem Bom. Devido a minha pesquisa de música e literatura, chamou-me a atenção o primeiro livro dele, Bolero’s Bar, aquele que Paulo Leminski apelidou de “contos-blues.” O titulo anglo-hispânico para um livro em português expressa o mesmo espírito inter-americano do próprio nome do autor, English mais Español, mas com um jeito brasílico único e divertido. Acrescentar guarani, portunhol, brasiguayo e meta-linguagem e brilha a obra novo-mundista Mar Paraguayo, jóia neo-barroca que atrai olhares diversos do planeta. As apreciações acadêmicas incluem a minha e a do Christopher Larkosh, para quem passo a palavra em breve. Ele inclusive iria falar sobre a última ficção de Wilson na BRASA, Brazilian Studies Association, em julho em Brasília. Agora, resta-nos dedicar as nossas sessões à memória de uma das mais contundentes vozes das letras brasileiras dos últimos 30 anos. Pan-americano, Merco-sulista, paranaense, brasileiro com um coração maior que nenhum reduto e uma alma poli-continental. Peace and Love. Paz y Amor. Paz e Amor. Later. Hasta. Até.
En el Mar de Wilson: Su lengua continua
(Christopher Larkosh)
En momentos como éste, vejo más que nunca que las palabras más importantes que posso escribir son, y siempre serán, las que estoy escribiendo agora mismo. Que aqui, nesta página, nestas lenguas estranjeras y entrecruzadas, está tudo em jogo: sobretudo agora, que escribo para um amigo morto que merece muito mais do que eu possa dar-lhe em palabras escritas.
Es por isso que estas palabras são as mais importantes, y también por eso que nunca serán suficientes. Y es por eso que siento dolor y profunda tristeza. Pero, afortunadamente, también siento algo más: Un espirito vivo, aqui en las palabras que escribo.
Wilson Bueno, com um nome assim, onde puede caber tu espírito senão no in-between? Um poeta de Curitiba, um viajante através das fronteras, entre lenguas y culturas, tiempos y lugares, campos y mares, avenidas y bares. Te conoci de passagem, na cidade, in the night, and I was welcome, embora sendo um desconocido. A partir desse momento, ele ya era toda Curitiba en persona para mí. Apesar de só ter lido unas páginas de su Mar Paraguayo, lo poco que sabia de él ya era suficiente para cruzar fronteras y continentes hasta conocerlo y hablar con él. Porque él ya había capturado ahi, between languages, lo que nenhuma lengua en sí puede expresar.
Y yo nunca seria o mesmo, em nenhuma lengua só que falo. Seja de volta para os States, or viajando pelo mundo, nunca mais tive, nem vou ter, creio, uma conexión literaria tão intensa e imediata como la que tuve con él.
No solo porque era uno de los inovadores literarios más importantes de la literatura brasilera, um original como pocos autores saben ser. Mas sobre todo porque inventou uma lengua literaria, talvez futura, siempre incompleta, para decir lo que tenía na mente. Y agora, es en essa lengua que tento escribir agora, essa lengua cósmica que agora nos une através destas Américas tan imensas, talvez más que qualquer otra.
En esta vida, cada vez que duas ou más lenguas se misturarem, ahi estará Wilson, mi amigo en palabras y hechos, ensinando su lengua a todos que quieren escuchar: essa lengua que brilha e ressoa e que nunca muere. Por eso, más que nada, te agradeço. Ñe’e.
(Providence, Rhode Island, and North Dartmouth, Massachusetts, USA June 3, 2010)